Oscar 2017 – La La Land
Está chegando o Oscar 2017!
Estou na correria para, em meio ao trabalho e às tarefas diárias, conseguir ver vários filmes que concorrem em diversas categorias.
O primeiro que fui ver parecia o mais promissor. La La Land vinha de várias premiações anteriores, e teve o maior número de indicações. Fui na expectativa de uma obra-prima.
Logo no começo, uma cena feita com o intuito de impressionar.
Um longo plano-sequência, sem cortes, mostrava uma coreografia sobre uma ponte onde se formara um engarrafamento monstro. A câmera passeia por vários ângulos, sobe, desce, numa cena de tirar o fôlego. Apesar do apuro técnico, estranhei o fato de que ela não me empolgou. Para efeito de comparação, pensava no filme “Sete Noivas para Sete irmãos”, na sequência da construção da casa, em que os irmãos rústicos disputam as moças da cidade com os rapazes arrumadinhos. É simplesmente sensacional. E percebi que, apesar do começo de La La Land ter pretendido ser “arrasa-quarteirão”, não surtiu efeito. Ainda não havíamos sequer conhecido os personagens, para que pudéssemos ter um mínimo envolvimento com eles. A coreografia também deixava muito a desejar em criatividade e mesmo em talento acrobático, necessário quando se pensa em fazer uma dança sobre capôs de carros.
O ritmo que se pensava que seria imposto,
depois daquele início alucinante, descamba para um filme arrastado, com diálogos monótonos, a falta de talento da mocinha para a dança e do mocinho para o canto. Descobri o que faltava em La La Land: talento na dança e na música! Seria até passável se o filme não fosse… um musical!
O roteiro poderia fazer mais uso da representação dos dois (bons) atores, Emma Stone e Ryan Gosling, mas não consegue criar uma história envolvente. Até o final, que muitos acharam surpreendente, e que pretende ser uma “homenagem” (cópia?) aos grandes musicais, como o clássico inesquecível “Cantando na Chuva”, não chega nem perto da genialidade deste, só pra citar um exemplo.
Enfim, sei que estou me arriscando com esse comentário.
Mas para quem viu Fred Astaire e Ginger Rogers, Gene Kelly e Cyd Charisse, fica bem difícil gostar de La La Land…
Veja que interessante este vídeo com a compílação das referências de La La Land aos musicais clássicos. É fácil perceber o abismo entre eles…
Veja também esta outra análise, do Jornal O Globo.
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Não gosto da maioria dos musicais.Concordo com o “pente-fino” que passou na produção.
Realmente não é obra prima. Está longe. Mas o final… não deixa de comover o reencontro dos que sacrificaram “o amor de sua vida” pela auto- afirmação profissional. Muito mais comum do que se pensa. Já que gosta tanto de cinema, abre um box só para as críticas. Boa sorte,
Rubens
É claro que La La Land não é totalmente isento de qualidades, e desculpe se pareci dizer isso. Apenas acho que não empolga o suficiente para merecer tantas indicações. Mas a Academia e Hollywood costumam gostar de elogiar o próprio umbigo, e talvez seja esse o caso de La La Land e suas referências a musicais clássicos. Obrigada, Rubens, por participar do blog! Foi um prazer recebê-lo aqui.